quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Lutar pela liberdade de José Dirceu e José Genoino é uma tarefa revolucionária do conjunto da esquerda marxista, ainda que tenhamos de julgá-los na história




Dou minhas mãos à palmatória diante da matéria da Liga Bolchevique Internacionalista - LBI


Com esta colocação eu deixo claro que tal quais outros militantes da esquerda, também cometi erros de avaliação no entendimento político do espectro ético e moral dos líderes do PT, ora presos a mando do todo poderoso e idolatrado Ministro do STF Joaquim “Rede Globo” Barbosa que, apesar dessa minha opinião, não os eximo de "culpa no cartório”.


Conforme algumas matérias por mim publicadas aqui neste e em outros Blogues que sou titular, eu também não deixei por menos a minha indignação com a virada de mesa mostrada pelas lideranças petistas. A bem da verdade, (popularmente falando) e apesar de tudo, como reflete a matéria mais abaixo que transcrevo do Blogue da LBI, a punição dos Jose´s do PT é mais nefasta ao conjunto dos  movimentos populares e a luta socialista do que a eles próprios.

Neste sentido fica registrada neste “post” a minha “mea culpa”.

Ora, como tenho demonstrado seguidamente em minhas matérias, as diferenças que tenho com a Teologia da Libertação é mais do que obvia e justificável, tanto do ponto de vista ideológico com na praticidade das ações por ela desenvolvida que, alicerçadas na imposição religiosa e de metas eleitorais, culmina algumas vezes em ações injustas contra militantes mais a esquerda.

No final dos anos de 1987 eu liderei uma comunidade que estava no epicentro político da luta pela posse da terra, na verdade, na luta pela moradia digna, comunidade esta que tem um histórico de resistência longo e contínuo na cidade de Florianópolis, e coube a eu reorganizar aquilo que seria uma tarefa revolucionária de então.

Passado alguns meses de minha ascensão política e o destaque que havia recebido pela mídia local, não tardou e logo apareceram os igrejeiros tentando encapar uma luta do qual (no meu entendimento e a história provou) estava bem encaminhada (sem individualismo) para aquilo que todos que ali residiam e lutavam, tinham como objetivo, ou seja, permanecer no local defendendo a posse da terra.

Ora, os ongueiros e igrejeiros não conseguiram assumir as rédeas de nossa luta porque simplesmente tinham ocultos outras estratégias de luta (eleitoral e privada que havíamos percebido) que contrariava o nosso núcleo marxista ali existente e atuante.

Como militante, eu não tinha que estar aceitando, mesmo que em nome de um suposto coletivo (da ONG) que pretendiam organizar (defendiam uma política habitacional fictícia e eleitoreira), e eles traziam no seu bojo um candidato a vereador previamente definido em suas entranhas burocráticas.

Durante uma reunião na sede do CAPROM a nossa Presidenta do Conselho Fiscal da Associação de Moradores do Bairro comentou informalmente de que eu seria candidato a Vereador e trabalhava para isto (o que não era verdadeiro, eu apenas insinuei a outro companheiro que um bom trabalho levaria essa possibilidade para qualquer pessoa, inclusive ele mesmo). Ora, aquela informação caiu como bomba nas intenções da ONG CAPROM, e gerou uma ira sem precedentes dentro do movimento.  

Por conta desta resistência natural de um marxista leninista, eu fui objeto planejado de um atentado orquestrado traiçoeiramente durante um encontro de dois dias na Escola Rural do Município de Palhoça na grande Florianópolis, que incluía, além da eliminação física (tentaram sem sucesso, na época, conforme registro em B.O no ano de 1989, tenho cópia) e também uma campanha interna (em nível de movimento) de desmistificação de minha liderança junto a minha própria comunidade e as demais, como se fossemos propriedade de padres e ongueiros carreiristas. Ora, eu vinha de uma luta contínua contra a ditadura militar desde os anos 70.

 Aquilo ali se estabeleceu como uma luta feroz de caráter nitidamente fascista para eleger um candidato petista (eu militei no MDB e estava no PCB) a qualquer custo, e isso ficou evidente... 

Bem, se eu quisesse revidar o atentado que sofri, tê-los-ia explodidos aos ares facilmente, mas como não fiquei com seqüelas e por conta do nosso objetivo final, dei por encerrado qualquer ato de vingança que eventualmente nascesse em minha cabeça.

Ademais, eu nunca soube exatamente o autor daquele atentado ocorrido num evento programado pela ONG CAPROM e o setor progressista da igreja católica comandada pelo Padre Vilson Groh, e, portanto, não estaria cometendo injustiças, mesmo tendo sido vítima de um atentado do qual sobrevivi.

Quem me conhece de muitos anos na intimidade e no próprio movimento hippie, desde o RS e SP, sabe perfeitamente que sou um velho comunista e ex-militar desertor do exército, que tentei asilo político na embaixada da França no ano de 1982 (juntamente com minha ex-companheira que ainda vive ali na comunidade de Areias do Campeche) justamente por estar sendo caçado pelo exercito, e eu sempre participei na organização das categorias e das comunidades, em apoio as greves e manifestações, desde os primórdio dos anos 70, das diretas já, das greves do ABC que se espalharam pela capital paulista, dos quebra- quebra nos anos 80 em SP, e eles apenas haviam me conhecido através de pessoas (amigos íntimos da quase freira e professora), pois eu havia chegado no bairro no inverno de 1987, mas que no ímpeto de crescimento da ONG,  e de sã consciência ninguém os referendaria justamente por serem na época oriundos do mal que mais aflige a juventude deste país, e infelizmente faziam parte da diretoria e dos quadros da ONG, além de terem um histórico de jagunçadas e despejos de moradores em imóveis que eram capatazes.

Bem, eu não precisaria estar falando, por serem águas passadas...

No decorrer da luta após eu ter retirado a comunidade do movimento até então erigido, provamos que estávamos certos desde os primórdios de nossa luta.

A área em litígio foi desapropriada para fim social (Comunidade de Areias do Campeche, no sul da Ilha), naquilo que a Teologia da Libertação, oculta na ONG CAPROM (“Centro de Apoio e Promoção do Migrante”, mas que não aceitava no seu imaginário ter de apoiar candidatos não nativos da ilha se eventualmente surgissem) sempre diziam e aconselhavam “Vocês tem de negociarem com o Esperidião Amim ARENA_PDS_PP” e, ele nunca vai deixar vocês ficarem ali nessa área porque vale muita grana, ali estão projetado vários condomínios fechados e a prefeitura não vai pagar e, o melhor é vocês aceitarem uma permuta e blá blá blá...

Era uma vontade gigante de apresentarem para a cidade algum resultado concreto em relação ao conflito urbano pela posse da terra, naquele lugarzinho escondido em frente ao mar que é chamado de Areias do Campeche, e que não contava com a participação de quadros do PT, formado basicamente por artesãos hippies e migrantes do interior do estado.

 Com isso, politicamente, a ONG esperava dar um PLUS na inserção junto ao próprio meio político partidário e nas comunidades afligidas.  

Na verdade a permuta em questão era retirar os moradores da área frente para o mar e realocar numa área de mangue em um bairro distante do mar (estamos numa ilha) que não tinham estrutura para novos moradores, e inclusive a comunidade local se posicionava através da mídia contra a nossa eventual transferência para o bairro deles, pasme...

E, ninguém tira da minha cabeça que o único objetivo de tentativa de encampamento da nossa comunidade foi plantar um candidato, como de fato ocorreu, ou seja, e transformaram em líder Sem-Teto, um economista (funcionário público estadual, do Tribunal de contas do Estado), na verdade, uma ação orquestrada naquilo que conhecemos nos bastidor como político profissional.  

Diante desses fatos, ainda assim predomina a estratégia e a obrigação de todo marxista em apoiar os interesses vitais dos trabalhadores, mesmo partindo da Igreja católica, a qualquer tempo, ainda que por sua participação nas lutas permanentes de viés capitalista, que chamam de “resgate da cidadania”, permitindo assim o clareamento no entendimento dos direitos a que tem os vários segmentos sociais, principalmente os marginalizados diretamente pelo estado burguês do qual a própria igreja católica (anticomunista) participa.

Enfim, é uma vertente de pensamento atuante nos movimentos sociais de massa que precisa ser acompanhada com cautela pelos marxistas-revolucionários a qualquer tempo, para não sofrer manipulação ideológica do tipo nacional-desenvolvimentismo e suas congêneres social-democratas...

Por último gostaria de dizer que apesar dessa opinião necessária e vital na luta de classes, eu sempre estarei fazendo criticas ao que considero um instrumento a serviço do capital e do imperialismo internacional, naquilo que a igreja católica e sua matiz de libertação mentirosa fazem através de suas ações nos movimentos sociais de massa que inclui camponeses, índios, sem teto e outros...

Os relatos desses episódios encontram-se ainda inacabados, mas acessíveis no Blogue:  http://tijoladasnamentira.blogspot.com/ e, estão disponíveis na internet desde junho de 2011 com mais de 16 mil visitas, e até agora, nenhum deles (já leram, obviamente) se posicionou contra...

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Prisão dos “Mensaleiros”: O dantesco circo da mídia “murdochiana” a serviço da reação burguesa


Por Liga Bolchevique Internacionalista

Pela gravidade dos acontecimentos iremos iniciar este editorial pelo o que poderia ser seu final.


Sim, são presos políticos sim! Dirceu, Genoino e Delúbio são presos políticos deste regime da democracia dos ricos, que assim como antigo regime militar é apenas a forma política que se expressa institucionalmente a ditadura do capital.


No arco da chamada “esquerda Trotsquista”, desde o “moderado” PSTU até o “radical” MNN não faltaram artigos para afirmar que os “mensaleiros” petistas mereceram a prisão decretada pelo STF (órgão máximo constitucional da justiça criado para proteger a burguesia) porque se tratavam de dirigentes corruptos que fizeram aprovar a reforma neoliberal da previdência e outras iniciativas do mesmo “gênero” no governo Lula.


Teriam assim, segundo os revisionistas, passado para o outro lado abandonando o “socialismo”.


Desde a LBI afirmamos em “alto e bom som” que os antigos dirigentes do PT até 2005 (quando foram afastados em virtude do escândalo midiático do “Mensalão”) se degeneraram bem antes do início governo Lula e que de “socialistas” não tinham mais nada há mais de trinta anos.


Dirceu se integrou ao regime bastardo da democracia burguesa no Brasil (em pleno governo do general Figueiredo) quando anistiado em 79 defendeu, em conjunto com uma gama de intelectuais ex-guerrilheiros, a democracia como valor universal.


A partir daí na companhia dos sindicalistas do ABC, Dirceu fundou o PT rejeitando a tese Marxista-Leninista do socialismo científico, advogando a implantação da social democracia no país para executar as “reformas necessárias” para desenvolver um capitalismo mais dinâmico e “avançado socialmente”.


Genoino Neto rompeu com o PCdoB em 80, no qual participou da guerrilha do Araguaia, para empreender a fundação do PRC que viria a se dissolver no PT no início da década de 90 como tendência “Democracia Radical”.


O projeto programático do PRC nunca foi revolucionário, apesar da formalidade nominal, quando ganharam a prefeitura de Fortaleza em 1985 pelo PT (elegendo Maria Luiza que depois viria a romper com Genoino e ingressar no PRO) governaram para os empresários locais, reprimindo a luta dos trabalhadores do município que tiveram salários arrochados e perdas de várias conquistas adquiridas.


A capital Fortaleza passou a ser o primeiro “laboratório” do que seriam os futuros governos estaduais e nacional do PT, ou seja, gerências da crise capitalista voltadas a atender as demandas da burguesia.


Mas se Dirceu e Genoino já há muito tempo não representam os interesses sociais do proletariado, executando no governo central do PT uma plataforma neoliberal em sintonia com as oligarquias dominantes, nem por isso “merecem” ser encarcerados pelo principal foco da reação política no Brasil, a fascistizante aliança entre o PIG e os sinistros ministros do STF.


Se foram presos, e isto deve ficar absolutamente cristalino, não foi em função do crime de corrupção, no caso específico do “Mensalão” cobrança de comissões de grandes empresas prestadoras de serviços para o estado desviadas para o “caixa 2” do PT, foram submetidos a este dantesco circo midiático da reação em razão de seu passado militante (socialista ou não pouco importa à burguesia) e o mais importante para depurar o PT e ajudar a impor no partido a uma nova direção totalmente “afinada” com o governo Dilma.


Não é demais lembrar que Dirceu seria o candidato do PT à presidência da república em 2010, quando foi “abatido por fogo amigo” na crise do “mensalão”. Agora as hienas abjetas do PIG comemoram as prisões dos dirigentes do PT como um símbolo no marco histórico da “moralidade pública”, como se não fossem uma matilha de corruptos e sonegadores associados aos piores traficantes e bandidos capitalistas deste país.


Em completa harmonia com o espetáculo ilusionista do PIG a “oposição de esquerda” (PSOL e PSTU) exige a “faxina completa” pelo STF apontando que a vez agora é do “Mensalão mineiro” e do “Propinoduto” Tucano, nunca assistimos tanto entusiasmo e confiança na “suprema” justiça patronal como esta demonstrada pelos canalhas do PSTU.


Como Marxistas Revolucionários jamais defenderíamos que os degradados reformistas do PT (que se privilegiaram materialmente sob o governo da frente popular) fossem entregues aos “modernos” cárceres do fascismo, para quem sabe tirar algum dividendo eleitoral.


Como Lenin nos ensinou, somente os organismos independentes do proletariado (Tribunais Populares) devem julgar e condenar a conduta de “companheiros que em algum momento cruzaram nossa rota”, sejam estes “anarquistas, sociais-democratas ou populistas de esquerda”.


Supostamente enojado com a “traição” cometida por Dirceu e Genoino, que no governo Lula comandaram as alianças com as principais frações políticas da burguesia brasileira,o PSTU escreveu sobre: “As duas prisões de José Dirceu” (ver sítio do PSTU), a primeira em 1968 no congresso da UNE em Ibiúna seria uma clara prisão política, já agora a segunda não passaria da prisão de um “corrupto” que “caiu” porque se misturou aos porcos capitalistas.


Segundo os Morenistas prisões autenticamente políticas na atualidade seriam somente a das dezenas de manifestantes que são criminalizados pela mídia “murdochiana” como “vândalos”. Como o governo Dilma apoia as prisões dos ativistas de “Junho” (embora por ironia o próprio PSTU também justifique as detenções dos Black Blocs) Dirceu e Genoino seriam representantes do estado repressor não cabendo nenhuma defesa destes pela “esquerda socialista”.

Mais além da lógica moralista burguesa do PSTU, tomemos alguns exemplos históricos para aclarar a posição correta dos Leninistas diante de uma situação similar.


 No golpe de 64 o governador Miguel Arraes, dirigente do antigo PSD que integrava o governo Jango, foi preso pelos militares no próprio Palácio das Princesas, sede do governo que foi cercado por mais de 24 horas. A esquerda comunista saiu às ruas do Recife corajosamente em sua defesa, exigindo sua liberdade imediata, seria então o velho Arraes um representante dos trabalhadores? Lógico que não, Arraes era um político burguês, que no governo de Pernambuco reprimiu com violência as Ligas Camponesas lideradas por Francisco Julião.


Seria o caso de questionar se a defesa de massas feita pela liberdade de Arraes (que acabou sendo expulso do país pelos militares) foi correta ou não.


 Mas foi o próprio dirigente camponês Julião (posteriormente organizou a guerrilha rural no Nordeste) que respondeu corretamente esta questão: “Lutamos intransigentemente pela liberdade do governador para que depois os próprios camponeses possam julgá-lo” (Crônicas da luta Armada).


Na Argentina pouco antes do golpe militar de 76, em pleno governo peronista de Isabelita, dirigentes do Partido Justicialista (principalmente Montoneros) foram perseguidos e mortos por membros do próprio governo integrantes do PJ.


Tratava-se de uma depuração política operada pela burguesia no interior do partido governista (criando um clima conservador e anticomunista na Argentina), em preparação ao golpe militar que ocorreria logo depois.


Perguntamos então que se diante do fascismo e da “Triple A” não defenderíamos os dirigentes perseguidos do PJ, apesar de pertencerem ao mesmo partido do “obscuro” governo de Isabelita Perón? Pela lógica do Morenismo a esquerda sequer poderia defender a liberdade dos milhares de dirigentes do Partido Socialista Chileno, encarcerados pelo golpe pinochetista em 73, por terem participado (em vários níveis) do governo burguês Social-Democrata de Salvador Allende.

Somente muito tolos ou “idiotas úteis” podem crer que o processo judicial do “Mensalão”, que agora culmina com a prisão dos dirigentes do PT, tem alguma coisa a ver com o combate a corrupção neste país.


 A começar pelo próprio STF, onde o balcão de negócios de venda de sentenças funciona à luz do dia, passando pela mafiosa Rede Globo e seus “patrocinadores” que escoam o dinheiro roubado da nação para os paraísos fiscais, até chegar à embaixada dos EUA em Brasília que comanda esta “orquestra”, o último dia 15/11 representou um marco na escalada reacionária destes setores contra o movimento de massas.


A burguesia a partir desta nova correlação de forças surgida com a hegemonia dos “justiceiros” do STF sentirá mais firmeza para desatar uma ofensiva global contra o conjunto da esquerda, tendo como referência a inação e covardia do próprio Partido dos Trabalhadores na defesa de seus dirigentes. Capítulo a parte foi a cretina postura política da presidenta Dilma e seus ministros, que pareciam até comemorar o linchamento público de seus antigos “companheiros”.

Uma ácida lição que todo militante de esquerda deve apreender dos acontecimentos em curso, e bastante enfatizada por nós da LBI desde o início do governo Lula em 2003, é que a chegada de um partido ao governo central pela via eleitoral de forma alguma representa a “tomada do poder” ou mesmo o controle total das instituições do Estado capitalista.


O poder estatal não está em jogo nas eleições burguesas, apenas a “gerência” do Estado burguês é posta em disputa a cada eleição e mesmo assim de forma muito pactuada. Isto explica o fato de que o próprio presidente do STF e atual carrasco do PT foi indicado ao cargo pelo então presidente Lula, mais do que uma questão de personalidade desequilibrada ou mera “cooptação” Tucana, Joaquim Barbosa sabe muito bem que deve servir aos interesses maiores das classes dominantes e que neste episódio exigiam em uníssono a “cabeça” dos dirigentes petistas.


 Esta mesma dinâmica se aplicaria aos outros ministros do STF, inclusive aqueles que nutrem simpatia política pelo PT.

É absolutamente verdadeiro afirmar que Dirceu e Genoino, como principais dirigentes do PT, foram artífices de uma guinada programática ainda mais direitista do partido, seja antes das eleições de 2002 ou durante o primeiro mandato de Lula.


Também é correto sustentar que os dirigentes da “Articulação”, como os burocratas sindicais da CUT, tiveram uma mudança substancial em seu nível de vida durante o governo do PT, afinal administravam negócios bilionários em nome do Estado e recebiam “ilegalmente” muito bem por isto.


O mito criado em torno da suposta “vida monástica” de Genoino é totalmente falso, se não aparenta sinais externos de riqueza é porque tem na figura do irmão, o líder do PT na Câmara José Guimarães, o seu real “caixa 2”.


Guimarães é hoje um dos nomes mais poderosos do Ceará onde controla a maioria dos cargos estatais, está associado à oligarquia dos Ferreira Gomes e possui um patrimônio pessoal milionário, sua meteórica carreira política é produto direto da influência do irmão mais velho Genoino que o trouxe para o PT.


Quanto a Dirceu nunca fez questão de esconder seu alto padrão de vida, degustando vinhos de R$ 5 mil a garrafa (Pera Manca) e pilotando motocicletas importadas. Mas seria muita ingenuidade supor que um governo burguês de Frente Popular fosse comandado por pobres “vestais”.


A corrupção estatal é parte indissolúvel do regime capitalista e só poderá ser extirpada definitivamente pela demolição violenta (revolucionária) do conjunto de suas instituições, não há reforma “ética” possível no marco do Estado burguês. “Reivindicar” que este venal STF proceda agora a “apuração da corrupção Tucana”, como fazem os revisionistas, é no mínimo uma grande “mãozinha” no sentido de ajudar a legitimar esta reacionária farsa.

É necessário desenvolver uma ampla campanha de massas, galvanizando todos os segmentos de esquerda que se colocam contra a bárbara ofensiva repressiva do capital, que nesta conjuntura se expressa tanto na prisão dos Black Blocs, dos ativistas de “Junho” e dos ex-dirigentes petistas “fichados” por esta mídia corporativa como “mensaleiros”.


Em particular convocamos a militância de base do PT, que se indignou com o silêncio de Lula, para somar forças na ação direta pela liberdade de todos os presos políticos deste autocrático regime democrático-burguês.


A classe operária mesmo não reconhecendo o PT como um partido seu, deverá saber diferenciar seus inimigos principais e seus possíveis aliados circunstanciais, que neste caso se materializa na militância de base do partido e da CUT.


Somente a mobilização permanente, com os métodos revolucionários da ação direta do proletariado, será capaz de libertar todos os presos políticos das masmorras do Estado capitalista.


Ilusões disseminadas na defesa de em um suposto “estado de direito” no quadro desta república dos novos “barões” do capital só servirá para o movimento de massas acumular mais derrotas e retrocessos como estes que estamos assistindo.